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Empreendedorismo, igualdade de gênero e sustentabilidade


A 7ª edição do evento Brasil que Dá Certo – Homenagem às Mulheres Empreendedoras em 2021, em 16/12, contou com a participação da diretora-presidente da CETESB – Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, Patrícia Iglecias e da secretária de estado de Desenvolvimento Social, Célia Parnes.

Em sua fala, Patrícia Iglecias salientou que o Brasil que dá certo leva em conta as questões climáticas. “Presido a CETESB, que neste ano completa 53 anos de atuação. A empresa é considerada a melhor agência ambiental da América Latina, porém, é a primeira vez que tem uma mulher na presidência. O que nos mostra o quanto temos de trabalhar para que as mulheres ocupem posição de liderança. E isso vale para as mais diversas esferas.”

Segundo ela, a ONU – Organização das Nações Unidas é muito clara em seus dados. “Se não agirmos agora, se não tivermos ações afirmativas, vamos levar 80 anos para termos igualdade de gênero, por isso, esse evento de mulheres empreendedoras é tão importante. Mas só teremos essa condição se também tivermos homens atuando em prol dessas mulheres.”

A presidente citou o movimento de solidariedade HeForShe, desenvolvido pela ONU Mulheres, que tem por objetivo envolver homens e meninos como defensores e agentes de mudança pela igualdade de gênero. Ela explicou que o movimento visa o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS 5, que relaciona a igualdade de gênero com a questão da sustentabilidade. “O mundo sustentável depende de mais mulheres em posição de direção porque trabalhar com meio ambiente, olhar para o licenciamento ambiental, que é o que a CETESB faz, no fundo, é olhar para a nossa qualidade de vida e das futuras gerações.”

Patrícia Iglecias concluiu falando sobre suas expectativas para 2022. “Desejo que tenhamos um ano melhor, com mais inserção da mulher em posições de direção, mas que tenhamos consciência que sem uma atuação direta, de homens e mulheres que têm condição de fazê-lo, não vamos avançar. Oxalá não tenhamos de esperar 80 anos para alcançar a necessária igualdade. Não basta a Constituição Federal prever a igualdade, ela tem de ser uma realidade para nós e para aquelas que nem nasceram. É isso que nós preconizamos. Desejo um feliz 2022 com muito mais igualdade de gênero.”

Para a secretária de Desenvolvimento Social, Célia Parnes, as mulheres precisam se aproximar da política e dos números, para entender o que acontece na gestão dos estados e municípios. “É um mundo muito interessante e que impacta nas empresas, na vida das nossas famílias, dos nossos filhos. Por isso aqui vai um convite. Aproximem-se com coragem da gestão pública, não é fácil, não é simples, mas existe a possibilidade de todas se envolverem e atuarem no executivo, legislativo ou se aproximarem como empresárias que são.”

Célia Parnes também convocou as empreendedoras a se envolverem no Comitê Empresarial Solidário do Estado de São Paulo, criado pelo governo. “Na pandemia muitos empresários realizaram os mais variados tipos de doações. E elas irão continuar em 2022 porque a desigualdade continua grande, assim como a demanda da população. As doações podem ser de qualquer natureza. Para terem ideia, ao longo dos dois anos de pandemia foram captados R$ 2 bilhões, doados por empresas parceiras para o governo atuar nos 645 municípios do estado.”


Plataforma

Lançada há duas décadas, por Sandro Augusto, a plataforma BQDC – Brasil Que dá Certo tem 2.500 integrantes/empresários que representam 58 segmentos da economia, divididos em 13 grandes grupos, responsáveis por mais de 70% do PIB brasileiro. A ala Brasil que dá certo Mulher, reúne 250 empresárias. “Esse grupo realiza encontros anuais para trocar experiências e compartilhar realizações. Hoje, o foco principal do encontro é homenagear as mulheres brasileiras que empreendem”, explica o idealizador.

Segundo ele, as quatro regras principais para ser um empreendedor de sucesso são: foco, disciplina, perseverança e resiliência. “Somos uma plataforma que busca transformar pessoas através da história de nossos parceiros. Com diversas dificuldades ao longo do tempo, a jornada do empreendedorismo é desafiadora e nós existimos para dar o apoio necessário.” Para o próximo ano, Sandro Augusto pretende expandir o movimento BQDC para outros estados, lançar aplicativo da plataforma e publicar um livro sobre as experiências da iniciativa, tudo isso ainda no primeiro semestre.


Empreendedorismo feminino

Pesquisa da RME – Rede Mulher Empreendedora mostra que 55% das empresárias brasileiras abriram um negócio nos últimos três anos. Destas, 26% abriram o negócio atual durante a pandemia. No Brasil, as mulheres já respondem por quase 50% dos negócios.

Levantamento da GEM – Global Entrepreneurship Monitor, realizado com 49 países, aponta que o Brasil é o sétimo país com maior número de mulheres empreendedoras. São mais de 24 milhões de brasileiras tocando negócios próprios e gerando empregos.

O mesmo estudo revela que as mulheres empreendedoras estudam 16% a mais que os homens, mas em contrapartida, o rendimento médio mensal das empresárias é 22% menor.